Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, e de Lojas de Conveniência, e de Empresas de Lava-Rápido e de Empresas de Estacionamento de Santos e Região – Sindicombustíveis Resan.
Ainda considerado tabu, assunto virou tema de livro. Nesta entrevista, o escritor Michael Waller fala mais sobre o tema.
JUN 1, 2022
Matéria publicada na edição de março/2022 da Revista Postos & Serviços.
A maior parte dos negócios no Brasil é constituída por empresas familiares, que podem ter entre seus sócios pais, filhos, tios, avós, primos, entre outros graus de parentesco. Por isso, manter a empresa em equilíbrio exige muito cuidado, principalmente pelo nível de afetividade e proximidade que envolve as pessoas da equipe.
“Antes da pandemia, a gente via pesquisas que indicavam que 70% das empresas familiares não sobreviviam à primeira sucessão. E 90% não sobreviviam à segunda sucessão”, alerta Micheal Waller, administrador de empresas e autor do livro Empresa Familiar: Ame ou deixe.
“O cenário de pandemia deixou o processo de sucessão nas empresas familiares ainda mais difícil, em especial aquelas de pequeno porte, onde ainda se vê tudo muito centralizado nos fundadores do negócio. Com a covid-19, tivemos muitas tragédias familiares, com fundadores sendo atingidos pela doença e não tendo planejado qualquer tipo de sucessão. Então uma geração se viu obrigada a assumir o negócio da família do dia para noite”, conta Waller.
Segundo o escritor, falar sobre sucessão em empresas familiares ainda é um tabu no Brasil. “Muitos empresários ainda acreditam que falar de sucessão é tirar a geração fundadora e colocar a geração nova, trocar os profissionais mais antigos pelos novos. E não é disso que estamos falando. Sucessão é profissionalizar todos as pessoas, cargos, funções e papéis dentro da empresa familiar, principalmente quando há integrantes da família nessas funções e cargos”, explica o especialista, que é sócio do pai em uma empresa de tecnologia.
“Quando a gente fala de sucessão, não estamos falando em aposentar aquela geração que está no controle. A gente fala em criar regras e processos para que as diferentes gerações dessa família consigam trabalhar em sinergia, de forma unida e em caráter positivo para o negócio. E não criar rivalidade ou zonas de conflito entre as gerações. É criar um nível adequado de conflitos. Não é eliminá-los, mas criar mecanismos em que as diferentes gerações possam trabalhar juntas, possam concordar e divergir, mas que tudo isso aconteça em prol da empresa. Nunca é cedo para falar de sucessão em uma empresa familiar".
O livro Empresa familiar: ame ou deixe é indicado para integrantes de uma família empreendedora e também para quem trabalhar nesse tipo de negócio. Ele pode ser adquirido no site www. ameoudeixe.com.br. Em breve, a nova edição do Podcast Resan trará uma entrevista exclusiva com o escritor Michael Waller sobre o assunto.
A seguir, um bate-papo com o autor:
Postos & Serviços - Quais os principais motivos que levam a problemas na hora da sucessão?
Michael Waller - Cada empresa familiar tem uma história e deve ser feito um diagnóstico para entender como se formou aquela empresa, quais relações estão por trás daquele negócio, quais pessoas fazem parte, como ingressaram... são várias nuances e atributos que devem ser analisados. Cada uma tem sua história e só após um diagnóstico é possível saber os motivos que levaram ao fechamento da empresa ou a ter dificuldades na hora da sucessão.
Postos & Serviços - Na sua opinião, o conflito de gerações atrapalha muito? Por quê?
Michael Waller - O conflito entre gerações é bastante comum e é um fator que dificulta a sucessão, o entendimento e a comunicação. A diferença entre as gerações é um cenário comum na maioria dos negócios familiares. Assim como a disputa pelo poder, que é ainda mais comum na empresa familiar, onde os patrimônios se confundem.
Postos & Serviços - O que deu certo (empresarialmente) para uma geração certamente dará para a geração seguinte? Por quê?
Michael Waller - O que deu certo para uma geração não necessariamente vai dar certo para outra. Porque isso é uma questão de mercado. Uma empresa que não está aberta a mudanças é fadada ao seu fim. Ela precisa estar sempre se aprimorando, olhando para dentro o que pode melhorar e olhando para fora o que seu público está pedindo de diferente. A empresa familiar não precisa mudar todo dia, mas ela precisa assimilar essas mudanças e avaliá-las: quando são boas para o seu negócio ou quando são obrigatórias ou quando são modismos, mas mais importante é analisar o que acontece.
Postos & Serviços - Em se tratando de gestão de empresas, os conflitos familiares são sempre negativos ou às vezes são um mal necessário? Por quê?
Michael Waller - Quando acontece uma divergência na empresa familiar, é possível achar consensos. Fazer o que já se faz, mas trazendo melhorias para o negócio.
Postos & Serviços - Existe uma receita para resolver esses conflitos?
Michael Waller - Não existe receita para resolver conflito. O grande desafio da empresa familiar é achar o nível certo de conflito. Uma empresa que não tem divergência, onde todos concordam com o fundador, é uma empresa fadada ao insucesso, não adianta. Mas uma empresa onde sempre se discute e nunca se acha um consenso também está fadada ao insucesso e vai ficar paralisada, não vai colocar em prática novos planos. Muitas vezes não consegue nem operar diante de tantos conflitos. Então talvez o segredo para uma empresa familiar que consegue sobreviver por mais de 30 anos é achar o nível certo de conflito e conseguir, desse conflito, trazer novas ideias para o negócio.
DICAS
Boas práticas que ajudam na gestão e na resolução de conflitos numa empresa familiar:
- não ocultar informações dos sucessores. Quanto mais clareza e informação os sucessores tiverem do negócio (aspectos técnicos, financeiros, operacionais, comerciais) mais haverá responsabilidade mútua e compromisso para realizar algumas ações e fazer planejamentos.
- a profissionalização da empresa depende de uma conduta profissional dos familiares. Não adianta cobrar profissionalismo dos funcionários se o familiar fizer o contrário ou não cumprir regras. Os benefícios devem ser inerentes ao cargo e não ao fato de ser parente.
MAIO 31, 2022
NotíciasAgora são duas casas decimais
Medida está em vigor desde o dia 6 de maio. Advogada explica que, excepcionalmente nas bombas, a ANP acatou o pleito da revenda autorizando que os postos possam simplesmente “zerar” a terceira casa decimal no display.
OUT 19, 2021
NotíciasA rede social como aliada
Com o crescimento das redes sociais, a internet domina os meios de comunicação. A proximidade com o cliente e o acesso à informação nunca foi tão fácil, rápido e difundido como atualmente. Toda essa rede de possibilidades abre espaço para novas formas de trabalhar para incrementar as vendas.
OUT 8, 2021
NotíciasAssinatura digital em SST já está em vigor
Publicada em abril de 2019 pelo Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho/Secretaria de Previdência, a Portaria 211 estabeleceu a exigência de assinatura digital em todos os documentos de Saúde e Segurança do Trabalho e definiu prazos para sua implantação nas empresas.